Segunda-feira, 12 de Novembro de 2007
Depois dos discos dedicados à obra de Chico Buarque, Tom Jobim e de Vinicius
de Moraes chega agora “Divas cantam Caetano, Um tributo à poesia de Caetano Veloso”. Com nomes como Gal Costa, Leila Pinheiro, Elis Regina ou Joyce e as composições do cantautor o disco tinha tudo para ser perfeito mas a escolha de alguns temas sofríveis e de algumas vozes ainda longe de serem consideradas divas (Eliza Lacerda, Cris Delanno, Naila Skorpio…) tiraram algum do brilho desta compilação que mesmo assim tem alguns bons momentos. Temos então a cool bossa-nova de Bebel Gilberto em “Baby”, Baby Consuelo na bonita “Menino do rio”, Daniela Mercury festiva em “Você não entende nada”, Leila Pinheiro na inspirada “Coração vagabundo”, a surpresa de “Na tua presença” com uma Fernanda Abreu em excelente forma, Vanessa da Mata na poderosa “Eu sou neguinha”, o dueto de Marina Lima com o próprio Caetano em “Nosso estranho amor”, Maria Creuza emotiva em “Dom de iludir”, a lindíssima “Não posso esquecer do adeus” na voz de Nana Caymmi e a “brincadeira” em que se transformou “Leãozinho” com Jane Birkin e Caetano. Uma compilação competente mas que pedia uma melhor escolha de reportório e “divas”, 7/10
Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007
“Cê” (crítica aqui no blog a 8 de Outubro) foi um dos melhores CDs de 2006! Jovem, corajoso e vigoroso, o disco surpreendeu tudo e todos e mostrou um Caetano Veloso longe de se acomodar ao seu próprio talento. “Cê ao Vivo” que chega agora a Portugal é o complemento ideal ao disco de estúdio, o som rock e cru ganha aqui uma nova dimensão e Caetano ao vivo continua imbatível, como se a idade não tivesse mesmo passado por ele. Temas como “Minhas lágrimas”, “Odeio” e a genial “Rocks” ganham um novo fôlego e depois temos ainda pérolas como “Desde que o samba é samba”, “London London”, “Sampa” e a irresistível “You don´t know me” a receberem novas leituras, tão surpreendentes quanto eficazes. Junte-se a tudo isto uma inédita canção – a bonita “Amor mais que discreto” e temos mais uma vez o melhor de Caetano, como o disco que originou esta digressão (e consequente registo ao vivo) o fez. 8/10
Terça-feira, 9 de Outubro de 2007
Chega esta semana ao mercado nacional o registo em CD da actual digressão de Caetano Veloso. Intitulado “Multishow - Cê ao vivo” pode saber mais sobre este lançamento
AQUI
Terça-feira, 28 de Agosto de 2007
Caetano Veloso que regressa a Portugal em Outubro para 4 espectáculos – 12 e 13 no Coliseu dos Recreios e 15 e 16 no Coliseu do Porto – lança já em Setembro o CD “Cê ao Vivo”, registo do show que passará por Portugal. Gravado no Rio de Janeiro, já é conhecido o set list do disco:
1. Outro
2. Minhas Lágrimas
3. Chão da Praça
4. Nine out of Ten
5. Um Tom
6. O Homem Velho
7. Homem
8. Ilusão à Toa/ Amor Mais que Discreto
9. Odeio
10. Como 2 e 2
11. Sampa
12. Desde que o Samba é Samba
13. Não me Arrependo
14. London London
15. Fora da Ordem
16. Rocks
17. You Don't Know me
Quinta-feira, 24 de Maio de 2007
Depois de surpreender tudo e todos com “Cê” (crítica aqui no blog, no histórico de 8 de Outubro), Caetano Veloso regressa a Portugal para 4 aguardados concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto. Como cantou Adriana Calcanhotto: Vamos comer Caetano? Vamos sim…
Caetano Veloso, Espectáculo “Cê”:
12 e 13 de Outubro de 2007 - COLISEU DOS RECREIOS – Lisboa
15 e 16 de Outubro de 2007 - COLISEU DO PORTO - Porto
Bilhetes já à venda.
Sexta-feira, 30 de Março de 2007
Se o álbum “João” (a ser editado a 16 de Abril) for apenas “metade” do que foi o espectáculo a que acabei de assistir já estaremos presente a um dos grandes discos nacionais de 2007! E digo metade, pois dificilmente será possível recriar em estúdio uma parte da magia a que assisti esta noite.
Bonito, genial, emotivo, musical, sensível, forte, enfim não há adjectivos suficientes que descrevam o que se viveu no Auditório Municipal de Gaia com o arranque do “Jazz in Gaia” que ficou a cargo desta senhora. Senhora? Talvez menina seja a melhor maneira de descrever Maria João, uma menina com uma senhora voz…e que voz…A cantora brincou com o público e músicos, contou-nos histórias deste disco, da sua paixão pela música popular brasileira, da surpresa e “solidão” ao ver o seu nome a solo no cartaz deste espectáculo, contou histórias sobre a sua vida e da dos músicos que a acompanham, enfim, fez-nos rir, aplaudir, emocionar, até cantar os “Parabéns a você” a Eleonor Picas a harpista que esta noite completava 31 primaveras (parabéns!) e no meio disto tudo ainda “arranjou” tempo e cantou (ou melhor encantou) para um público rendido em quase duas horas de um concerto sem falhas, verdadeiramente sem falhas.
Destaques? Muitos e bons…a começar por uma sussurrante e emotiva “Paz” (séria candidata desde já a melhor canção nacional do ano), a poderosa “Partido alto” de Chico Buarque, a genial leitura de “Canto de Ossanha” de Baden Powell e Vinicius de Moraes, a lindíssima interpretação (a duas violas) de “Retrato a branco e preto”, trouxe o samba na voz e atitude em “No tabuleiro da baiana” de Ary Barroso e “transfigurou-se” em Elza Soares na arrepiante “Dor de cotovelo” de Caetano Veloso. Tudo sem alguma vez soar desajustada do próprio universo musical destas canções! Cantou em português de Portugal e português do Brasil que como Gilberto Gil tão bem disse “é tudo a mesma língua”.
Bem, parece-me que a 20 de Abril estarei no Theatro Circo de Braga para a segunda data da digressão nacional deste espectáculo…
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Sexta-feira, 2 de Março de 2007
Depois do álbum “Pele” com José Peixoto, Maria João está prestes a lançar um novo disco de nome “João”. Desta vez a cantora "visita" o universo da Música Popular Brasileira com temas de autores como Chico Buarque, Caetano Veloso ou Baden Powell. O lançamento está previsto para Abril e se o resultado for tão brilhante como a lindíssima leitura de “Beatriz” (de Edu Lobo e Chico Buarque) incluída no cd “Lobos, raposas e coiotes” de 1999, podemos estar presentes a um dos grandes discos nacionais de 2007. Segue a “press-release” pela Universal Music:
O novo desafio brasileiro de Maria João
Muitos anos depois, a cantora volta a gravar um disco apenas com o seu nome, “João”, com 14 canções retiradas do cancioneiro popular do Brasil
“João”. Simplesmente “João”. Assim se chama o próximo disco de Maria João, com lançamento previsto para o mês de Abril, com selo da Universal. Depois de um período de 12 anos de grande cumplicidade com o pianista e compositor Mário Laginha, a cantora aposta agora num trabalho em seu nome, que inclui 14 temas saídos do riquíssimo cancioneiro popular brasileiro. A viagem pela música do outro lado do Atlântico inclui canções que foram, na sua grande maioria, alvo de inúmeras versões e interpretações, o que faz do novo trabalho em estúdio, como a própria intérprete reconhece, “um desafio arriscado”. Essa é uma das razões mais fortes para a cantora ter escolhido “João” para título de um trabalho muito pessoal que estava em maturação há já alguns anos e, explica, porque é assim que a tratam os amigos e as pessoas que lhe são mais próximas.
A ligação da cantora à música brasileira é antiga e perceptível em quase todos os discos em que participou, mesmo sem contar com o óbvio “Chorinho Feliz”, feito com o seu companheiro de aventuras musicais. A relação de Maria João com os ritmos, as melodias e o jeito do Brasil é tão forte e duradoura, que uma das maiores dores de cabeça da cantora foi ter de transformar um “infindável” lote inicial de canções, numa escolha muito mais restrita que fizesse sentido como conjunto. O resultado final engloba temas que vão desde velhos êxitos como “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu, “Canto de Ossanha”, de Powell e Vinicius e “No Tabuleiro da Baiana”, de Ary Barroso, passando por três canções da dupla Edu Lobo/Chico Buarque e um tema de Caetano Veloso, “Dor de cotovelo”, até versões de autores mais recentes, casos de Lenine, Carlinhos Brown ou Marisa Monte. O autor mais solicitado é Chico Buarque, com cinco dos temas do CD, três deles em parceria com Edu Lobo.
Incapaz de se limitar a “dar voz” a canções que já foram interpretadas por meio mundo, Maria João empresta-lhes o seu toque muito pessoal, valendo-se de uma imparável criatividade e de um aparelho vocal de reconhecida versatilidade. Do intimismo quase sussurrante de temas como “Meu Namorado” ou “A Outra”, Maria João salta para explosões de energia patentes em “ECT” ou “Canto de Ossanha”, percorrendo com grande à vontade uma série de registos diferentes, um dos seus trunfos mais fortes.
O disco contou com a participação de um grupo de instrumentistas de méritos firmados: o guitarrista Mário Delgado, o contrabaixista Yuri Daniel, o baterista Alexandre Frazão e a harpista Eleonor Picas. Os arranjos, colectivos, foram dirigidos por Miguel Ferreira, teclista dos Clã, que também assina a produção, juntamente com Nelson Carvalho.
Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2007
Depois de Ava Araujo e Clara Becker, temos mais uma nova voz brasileira a chegar aqui ao blog: Shirley Espíndola!
“Bossa romântica” é o nome do CD e traz como convidados especiais Roberto Menescal na produção e arranjos (também na guitarra e violão) e Danilo Caymmi. Com um reportório focado em algumas das mais conhecidas e celebradas canções do universo romântico da MPB, Shirley Espíndola apresenta um trabalho muito coeso em que sobressai o bom gosto dos arranjos (nunca excessivos) que destacam a bonita voz da cantora. “Fotografia” de Tom Jobim e “Insensatez” da dupla Jobim/ Vinícius abrem o disco mas é no tema “O bem e o mal” de Danilo Caymmi e Dudu Falcão que o CD levanta voo… muito bem interpretado, com um “swing diferente” este é um dos melhores temas do disco e a participação vocal de Danilo Caymmi, cuja voz grave sobressai à voz doce de Shirley, dá um charme muito especial à canção. “Até quem sabe”, a bonita “Caminhos cruzados”, a surpreendente “Wave”, a tocante “Por causa de você” e “Samba em Prelúdio” em dueto com Danilo Caymmi são outros dos destaques deste trabalho, mas é nos temas “Coração vagabundo” de Caetano Veloso e “Manhã de Carnaval” de Luiz Bonfá e António Maria que Shirley mais “voa”, de facto é na simplicidade destes temas que a cantora brilha numa interpretação marcante, conseguindo mesmo trazer algo de “novo” a estes dois temas já tantas vezes gravados e ouvidos. Mais uma boa surpresa do outro lado do Atlântico, 8/10.
Domingo, 8 de Outubro de 2006
Caetano Veloso "Cê"
“Cê”, o novo disco de Caetano chega dia 25 ao mercado português e é um belíssimo trabalho. Longe e diferente de tudo o que o cantor já gravou, “Cê” surpreende pelo vigor, pela frescura e pelo som cru, com os instrumentos -guitarra-baixo-bateria- a soar coesos e verdadeiros, como se o cantor retornasse ao tempo da “Tropicália”. Não é, definitivamente o regresso que se esperava de Caetano e ainda bem! Gravado com 3 jovens músicos, Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, “Cê” é um albúm de pop-rock em que convivem lado a lado belíssimas melodias como “Deusa urbana”, “Minhas lágrimas” e “Waly Salomão”, o rock alternativo e sempre a abrir de “Odeio” e “Outro” e o delicioso “Por quê” cantado em português de Portugal e onde se ouve a pérola: "Estou-me a vir / e tu como é que te tens por dentro? / por que não te vens também?", sexo num disco de Caetano Veloso? Sim sr! Sexo e Rock mais uma vez de mãos dadas e a marcarem o regresso em forma de um dos maiores compositores deste século. 8/10