Falamos nela no post abaixo e agora mostramos um excerto do 1º DVD de Marianna Leporace, gravado ao vivo em 2007 na Sala Baden Powell no Rio de Janeiro:

Esta é a capa do novo disco de Maria Creuza “É melhor ser alegre que ser triste”. Acompanhada por Roberto Menescal, Fernando Merlindo e João Cortez a cantora apresenta assim a sua homenagem à obra de Baden Powell. "Berimbau", "Tem dó", "Samba Triste", "Deixa", "Feitinho Pro Poeta", “Canto de ossanha”, “Samba da benção”, “Lapinha”e “Consolação” são alguns dos 11 temas presentes neste trabalho agora editado no Brasil. Ainda não há data prevista para o lançamento em Portugal.
Se o álbum “João” (a ser editado a 16 de Abril) for apenas “metade” do que foi o espectáculo a que acabei de assistir já estaremos presente a um dos grandes discos nacionais de 2007! E digo metade, pois dificilmente será possível recriar em estúdio uma parte da magia a que assisti esta noite.
Bonito, genial, emotivo, musical, sensível, forte, enfim não há adjectivos suficientes que descrevam o que se viveu no Auditório Municipal de Gaia com o arranque do “Jazz in Gaia” que ficou a cargo desta senhora. Senhora? Talvez menina seja a melhor maneira de descrever Maria João, uma menina com uma senhora voz…e que voz…A cantora brincou com o público e músicos, contou-nos histórias deste disco, da sua paixão pela música popular brasileira, da surpresa e “solidão” ao ver o seu nome a solo no cartaz deste espectáculo, contou histórias sobre a sua vida e da dos músicos que a acompanham, enfim, fez-nos rir, aplaudir, emocionar, até cantar os “Parabéns a você” a Eleonor Picas a harpista que esta noite completava 31 primaveras (parabéns!) e no meio disto tudo ainda “arranjou” tempo e cantou (ou melhor encantou) para um público rendido em quase duas horas de um concerto sem falhas, verdadeiramente sem falhas.
Destaques? Muitos e bons…a começar por uma sussurrante e emotiva “Paz” (séria candidata desde já a melhor canção nacional do ano), a poderosa “Partido alto” de Chico Buarque, a genial leitura de “Canto de Ossanha” de Baden Powell e Vinicius de Moraes, a lindíssima interpretação (a duas violas) de “Retrato a branco e preto”, trouxe o samba na voz e atitude em “No tabuleiro da baiana” de Ary Barroso e “transfigurou-se” em Elza Soares na arrepiante “Dor de cotovelo” de Caetano Veloso. Tudo sem alguma vez soar desajustada do próprio universo musical destas canções! Cantou em português de Portugal e português do Brasil que como Gilberto Gil tão bem disse “é tudo a mesma língua”.
Bem, parece-me que a 20 de Abril estarei no Theatro Circo de Braga para a segunda data da digressão nacional deste espectáculo…