
“Que belo estranho dia pra se ter alegria” já conheceu elogios aqui no blog (no dia 01 de Dezembro de 2007) e actualmente entra (merecidamente) em todas as listas dos melhores do ano do outro lado do Atlântico. Agora é altura de recuarmos um pouco no tempo até o ano de 2005 e falarmos no também excelente disco de estreia de Roberta Sá, “Braseiro”.
Roberta Sá conseguiu o ano passado o reconhecimento unânime com “Que belo estranho dia para se ter alegria” mas já em 2005 com o igualmente excelente “Braseiro” a cantora mostrava uma maturidade e um bom gosto musical assinalável. Com composições de Chico Buarque, Pedro Luís, Teresa Cristina ou Rodrigo Maranhão e a participação de Ney Matogrosso, Pedro Luís e a Parede e os MPB-4, “Braseiro” surpreende pela homogeneidade do conjunto de canções, os arranjos e a qualidade interpretativa da cantora. “Eu sambo mesmo” o bonito tema que abre o CD dá o mote e mostra que o samba é um género musical longe de cair no esquecimento, a poderosa “No Braseiro” (com a participação de Pedro Luís e a Parede), o excelente dueto com Ney Matogrosso no samba-canção “Lavoura”, a leitura de “A vizinha do lado” (Dorival Caymmi), “Cicatrizes” e a delicada “Olho de boi” são outros dos destaques de um dos mais importantes discos de MPB dos últimos anos. Se não lhe prestou a devida atenção por altura do seu lançamento, redima-se e ouça agora “Braseiro”, nem que seja para confirmar que o disco soa hoje tão actual e “novo” como em 2005. Recomendado!