
Anabela Duarte foi durante muito tempo a voz dos saudosos Mler Ife Dada, desde então enveredou por uma “mui” curiosa carreira a solo que desde a Pop ao Fado, do Jazz à Electrónica sempre conheceu bons resultados. “Machine Lyrique” é o mais recente e é uma surpreendente viagem pelas obras de Kurt Weill e de Boris Vian. Com uma sonoridade pop/ jazz (a roçar por vezes um ambiente de cabaré) e interpretações notáveis de canto lírico, “Machine Lyrique” é seguramente um dos discos mais originais de 2007. “Faits-moi mal, Johnny”, “Youkalli”, “Rock and roll-Mops”, “Surabaya Johnny” ou “Complainte de la seine” são alguns dos destaques deste disco dramático, belo, sensual, lírico e poético que nos lembra assim de mansinho que Anabela Duarte pode não fazer música para uma vasta audiência mas que a faz bem e com um bom gosto inquestionável. A ouvir com muita atenção, 8/10.