

A MPB continua viva e muito recomendável! Prova disso são os (excelentes) novos discos de Roberta Sá “Que belo estranho dia pra se ter alegria” e o de Teresa Cristina “Delicada”. Com o samba como fio condutor mas com sonoridades distintas (Roberta Sá envereda por um som mais jovem enquanto o reportório de Teresa Cristina é mais clássico) ambos os cds apresentam duas jovens cantoras com uma maturidade e sensibilidade artística capaz de ombrear algumas veteranas, e dois trabalhos que são uma boa surpresa nesta recta final de 2007. “Que belo estranho dia pra se ter alegria” é jovem, é vibrante e está recheado de excelentes canções como a genial e electrónica “Mais alguém”, a delicada “Janeiros”, o pujante dueto com Lenine em “Fogo e gasolina”, o samba clássico de “Laranjeira”, a lindíssima “Novo amor” e a poderosa “Girando na renda” com a participação de Pedro Luís. “Delicada” de Teresa Cristina é um disco mais clássico na sonoridade mas também uma surpresa, seja pela qualidade das composições como pela voz e segurança da cantautora que nos traz excelentes inéditos (5 de sua própria autoria) e belas regravações como “Gema” de Caetano Veloso ou “Carrinho de lima” (sucesso na voz de Fafá de Belém). A bonita “Cantar”, “Nem ouro, nem prata” (o melhor tema do disco), a emotiva “Delicada” ou a surpreendente “Senhora das águas” dão o mote a um disco seguro e que confirma o talento nato na composição (e interpretação...) de um nome a reter na nova Música Popular Brasileira. Se a MPB é muitas vezes vista pela arte e saber de nomes (sempre) imprescindíveis como Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Tom Jobim ou Gal Costa é bom ver novos valores a apresentar trabalhos de tão grande qualidade como estes “Que belo estranho dia para se ter alegria” e “Delicada”. A ouvir com muita (e redobrada) atenção!