
Depois do relançamento de dois songbooks, “a Dama do Encantado”- tributo a Aracy de Almeida em 2004 e a recriação de “Canção do amor demais” sobre a obra de Tom Jobim e Vinícius de Moraes em 2003, Olívia Byington regressa agora ao mundo discográfico com este CD homónimo e autoral. Co-compositora das dozes faixas, divide créditos com o português Tiago Torres da Silva em 9 temas, Geraldo Carneiro em “Balada do Avesso”, Marcelo Pires em “Todo par” e “Clarão” com Casaco, Olívia assina um trabalho muito coeso e com um leque de excelentes canções: “Areias de Leblon” a música de abertura é uma bonita canção, com um arranjo fantástico, a cantora numa contenção vocal que destaca ainda mais a sua excelente voz e uma produção impecável (atenção ainda ao excelente vídeoclip do tema já a rodar por aí), um tema cheio de Sol, praia, mágico, a transportar-nos para longe deste Inverno que já chegou a Portugal. Aliás, o CD como se comprova pela capa é uma ode à boa disposição, à cor, ao sol e leveza sem adulterar ou retirar valor artístico ao mesmo. “Na ponta dos pés” é outro momento alto, um samba interpretado a meias com Seu Jorge que faz ainda um rap delicioso no final da canção, “Balada do avesso” que a cantora diz ter demorado 20 anos a compor e com um arranjo lindíssimo de Pedro Jóia entra definitivamente para a lista dos temas mais bonitos da compositora: “Não sei mais o que me sangra/ O avesso e me torna inteira/ Então por que mais que eu não queira/ Me diz apenas que sim”, em “Por dentro das canções” Olívia canta sobre Cazuza, Paulinho da viola, Tom Jobim, Ivan Lins e Roberto Carlos num tema emotivo, “Mãe Quelé” em homenagem a Clementina de Jesus e com a participação de Maria Bethânia é um dueto vigoroso que trás a “música e ritmo da cultura negra”- forte candidata a melhor canção do disco. A bonita “Clarão” com a cantora iluminada no seu canto e a surpreendente “As sapatilhas de pontas” (tema bónus) com a cantora a enveredar por um som europeu (sim, é uma surpresa…) fecham o CD – pelo meio há ainda um bonito tema dedicado a Lisboa – que assinala o regresso em forma de umas das melhores cantoras da actualidade. Precisamos de mais discos assim, cheios de Sol, um bom astral e que dá vontade de ouvir com o “repeat” ligado, seja muito bem vinda Sra. Olívia Byington. 8/10
De João Brazuna a 21 de Outubro de 2006 às 15:35
Não conhecia a senhora mas esta crítica deixou-me curioso. Fui hoje à Fnac, ouvi um pouco do cd e cheguei a casa com um! Já vou na terceira audição e cada vez gosto mais. A voz da senhora é simplesmente fantástica e os arranjos do sr. Pedro Joia não lhe ficam atrás.
Olá:
vim cá dar por acaso e não posso deixar de agradecer ao dono deste blog não só por ese comentário tão simpático ao disco da olivia mas também por dar espaço a tantos cantores com quem, graças a deus, tenho trabalhado.
se quiser conhecer um bocadinho mais do meu trabalho como letrista, convido-o a visitar-me em www.cancoesdotiago.blogspot.com
um abraço e mais uma vez muito obrigado. o disco da olivia está mesmo muito bonito.
tiago torres da silva
De Rayoflight a 1 de Novembro de 2006 às 04:23
Obrigado, eu!! Aquele abraço.
Gostei muito dos seus comentários e fiquei bem prosa com os elogios. Só tenho que agradecer a ouvidos tão atentos e carinhosos,
beijos,
Olivia
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