Chama-se “Contos de fados” e é o novo trabalho de Aldina Duarte. A ideia do disco é ambiciosa: transpor para o universo do fado contos, mitos, fábulas, peças de teatro, romances... tudo o que cabe no universo poético e de “letras” da cantora, e o resultado é um dos grandes discos de 2011. Intérprete de uma sensibilidade muito própria, Aldina Duarte tem sabido a cada lançamento dar-nos um fado sincero, tocante, por vezes cru... e depois do luminoso “Mulheres ao espelho” de 2008, chega ao que arriscaríamos dizer, o seu melhor disco. Maria do Rosário Pedreira, José Mário Branco, Manuela de Freitas, José Luís Gordo, Pedro Mexia e a própria ajudaram a escrever as letras inspirados em obras como “Orfeu e Eurídice”, “Medeia”, “A Bela e o Monstro”, “Um eléctrico chamado desejo” ou “A bela adormecida” que embaladas por melodias inéditas ou de fado tradicional reforçam o que a cantautora sempre teve de mais precioso, a interpretação. Um belíssimo trabalho, 10/10.