“Cesária Évora &” junta a diva dos pés descalços a artistas dos mais variados países e a nomes como Bonga, Lura, Caetano Veloso ou Marisa Monte só para citar alguns. Com uma carreira invejável no panorama da chamada world-music, Cesária Évora é hoje em dia uma das mais conhecidas vozes de Cabo-Verde com o seu talento a ser celebrado mundialmente e levando a música africana aos mais díspares lugares do globo. Reunindo num só disco temas originalmente incluídos em trabalhos da cantora ou de outros artistas, esta colectânea é um precioso documento da enorme versatilidade de Cesária e entre pérolas como “Elle chante”, “É doce morrer no mar”, “Regresso”, “Embarcação”, ou “Quel casinha” temos ainda direito a duas bónus-tracks gravadas ao vivo: “Sôdade” com a grega Eleftheria Arvanitaki e “Negue”com Caetano Veloso, 10/10.
Cibelle apresenta o mais novo “Las Vênus Resort Palace Hotel” na Casa da Música do Porto.
Dia 10 de Dezembro na Sala 2.
“Na veia” lançado em 2009 trouxe Simone de regresso (e em boa forma) ao mercado discográfico depois da parceria com Zélia Duncan em “Amigo é casa”. Chega agora “Em boa companhia”, registo duplo que nos traz um dos concertos da última digressão da cantora que teve “Na veia” como fio condutor. Apesar dos seus já 60 anos, Simone continua com a voz de sempre e “Em boa companhia” merece ficar já registado como um dos seus mais inspirados espectáculos. Percorrendo diversas fases da sua carreira como “Tô que Tô” ou “Face a face”, a cantora visita ainda “Fullgás” (sucesso de Marina Lima), “Nada por mim” (Herbert Vianna/ Paula Toller) e “Ive Brussel” (Jorge Ben Jor) mas os destaques naturais vão para as canções de “Na veia” como “Deixa eu te amar” e “Na minha veia” que ao vivo ganham uma nova dimensão. Obrigatório, 10/10.
“Amor Festa Devoção - Ao vivo” o novo trabalho de Maria Bethânia será lançado amanhã em Portugal. Gravado ao vivo no Rio de Janeiro este espectáculo que também passou por cá teve como base os discos “Tua” e “Encanteria” lançados em 2009.
“Carlos do Carmo/ Bernardo Sassetti” era um dos discos mais esperados deste final de ano e o resultado não desilude. Percorrendo um cancioneiro rico e irretocável, muitas vezes inesperado, este feliz encontro musical permite aos dois artistas brilharem individualmente e no entanto serem o apoio perfeito para a musicalidade de ambos. “Retrato”, “Lisboa que amanhece”, “O sol”, “Avec le temps” e “Talvez por acaso” mostram Carlos do Carmo em perfeita forma vocal/ interpretativa e Bernardo Sassetti mais uma vez luminoso, com uma sensibilidade que fazem dele um dos nossos músicos mais inspirados. Um encontro de gigantes num trabalho exemplar e musicalmente arrebatador. 9/10
Depois de Lisboa, Sérgio Godinho apresenta agora o seu “Final de Rascunho” no Porto.
Dia 04 de Dezembro na Casa da Música.
“Reflexo” o primeiro disco de Teresa Lopes Alves não será certamente fácil de catalogar… trabalho em que o fado, a música popular portuguesa, o jazz, a pop e a MPB se cruzam facilmente, é principalmente um grande disco de canções e a revelação de uma voz com uma sensibilidade musical rara. São ao todo 12 temas (seis originais e seis inéditos) em que o rigor poético e musical está acima de qualquer suspeita: Vinicius de Moraes, Rui Veloso, Chico Buarque, Tiago Torres da Silva, João Monge, Ary dos Santos, Alain Oulman são alguns dos ilustres criadores de canções e poemas aqui interpretados e o resultado é quase sempre arrebatador. “Pedaço de mim”, “A coisa mais bonita do mundo”, “Tive um coração perdi-o”, “Saudades do Brasil em Portugal” e “Acordar contigo” são apenas algumas das canções que Teresa Lopes Alves transforma em magia. A ouvir com muita atenção, 10/10.
"Carlos do Carmo & Bernardo Sassetti" é um dos discos mais esperados da temporada. Aqui fica "Cantigas do Maio":
Lançado inicialmente em 2002 e já há algum tempo descontinuado, chega agora ao mercado uma edição especial e limitadíssima a 500 exemplares de “Sambas & Bossas” de Claudia Telles. Disco em que a cantora recupera alguns dos seus sucessos como as marcantes “Fim de tarde” e “Eu preciso te esquecer”, o disco traz-nos ainda novas e lindíssimas leituras para temas incontornáveis da música popular brasileira como “Água de beber”, “Pra que chorar” ou “Bonita”, e duas excelentes inéditas: “A culpa é sua” (Tito Madi / Lysias Ênio) e “Mais que nós” (Johnny Alf/ Rômulo Gomes). Com arranjos de Marcello Lessa e a participação especial de Nelson Sargento, Tito Madi, Rosa Marya Collin e Johnny Alf, “Sambas & Bossas” soa hoje tão actual como em 2002 e prova que o talento, a sinceridade e principalmente o bom gosto são os melhores aliados para se fazer um grande, grande disco. 9/10
Maria Gadú regressa a Portugal para dois concertos em 2011.
Dia 11 de Março no CCB em Lisboa e no dia seguinte no Hard Club do Porto.