"A casa do Óscar" é o mais novo e belíssimo trabalho de Joana Machado. Aqui fica o primeiro single "Olha Maria" com a participação de Bernardo Sasseti:
Gravado ao vivo no Teatro Castro Alves na Bahia em 2006, o disco “Beth Carvalho - Canta o Samba da Bahia ao Vivo” foi finalmente lançado em 2007 no Brasil e chega agora a Portugal.
Reunindo um naipe muito especial de convidados como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Danilo Caymmi entre muitos outros, Beth Carvalho apresenta neste trabalho um dos seus melhores discos e um excelente e memorável documento sobre o samba da Bahia. Com uma produção digna de nota e um reportório que é um verdadeiro luxo, o disco é de uma vivacidade exemplar e temas como “Raiz” com a participação de Mariene de Castro e Roberto Mendes e “Cada macaco no seu galho” de e com Riachão conhecem aqui leituras definitivas. “De manhã” com Maria Bethânia e Caetano Veloso, os pot-pourri de Sambas de roda com Gilberto Gil, “Chiclete com banana” com a participação de Daniela Mercury, “Desde que o samba é samba”, a poderosa “Verdade” e a lindíssima “O ouro e a madeira” com Armandinho são alguns dos destaques de um disco brilhante que nos comprova a inteligência e rigor musical de uma das cantoras mais importantes do panorama musical brasileiro. 10/10
Apesar de ser uma das nossas cantoras com mais sucesso e visibilidade, Rita Guerra ainda não tinha dado um grande concerto no Porto, por isso a expectativa do espectáculo no Coliseu (numa altura em que o seu último trabalho “Acústico ao vivo” continuava em primeiro lugar do top nacional de vendas) era enorme e visível na plateia.
Entrando em palco com uma interpretação arrebatadora de “Sentimento”, Rita Guerra ganhou o público presente logo à primeira canção e provou de facto que é uma das nossas melhores intérpretes. Ao longo de duas horas de espectáculo foram-se sucedendo alguns dos grandes sucessos da cantora com destaque para as lindíssimas interpretações de “Gostar de ti”, “Perdida na noite”, “Secretamente”, “Castelos no ar”, “Reis da solidão”, “Chegar a ti”, “Deixa-me sonhar” e uma inspirada “Brincando com o fogo” já na recta final do concerto. Mas também existiram algumas surpresas como “No meio da escuridão” (um dos momentos mais fortes do concerto) do primeiro disco “Pormenores sem a mínima importância” de 1990, a bonita “Eu só quero” - tema de 1979 de Gabriela Schaaf - e “Gaivota” de Amália Rodrigues a piano e voz já no encore. Uma noite de facto memorável!
Lançado no Brasil em 2008 e chegado agora ao mercado português, “Francisco forró y frevo” de Chico César é sem sombra de dúvidas o mais brilhante disco da mui respeitada carreira do cantautor. Depois do sinfónico (e também excelente) “De uns tempos pra cá” de 2005, Chico César apresenta agora a sua leitura para dois dos estilos musicais mais populares do Brasil - o forró e o frevo - e o resultado é um disco primoroso, recheado de grandes canções, letras tão inteligentes como divertidas e um vigor e frescura musical rara nos dias de hoje. A bem humorada “Feriado”, o fantástico medley que junta “A marcha da calcinha” e “A marcha da cueca” com a brilhante participação de Claudionor Germano, a deliciosa “Comer na mão”, o reggae de “Dentro” (uma das melhores composições do cd com a participação especial de Seu Jorge), a melódica “Ociosa” e os ritmos africanos em “Eletrónica” são algumas das obras-primas aqui presentes. “Francisco forró y frevo” chega a Portugal um ano depois do seu lançamento no Brasil e entra direito para a lista dos melhores de 2009. Obrigatório, 10/10
Isabella Taviani vai já no seu terceiro cd mas “Diga sim” (o mais recente) é o primeiro a ter um lançamento de destaque em Portugal. Muitas vezes comparada a Ana Carolina pela postura musical e sobretudo pela voz forte e marcante, Isabella apresenta neste trabalho 11 composições de sua própria autoria e o resultado é um agradável disco pop-rock recheado de prováveis hits. Com produção de Torcuato Mariano e Nilo Romero os grandes destaques vão para a bonita “Diga sim pra mim”, “Letra sem melodia” (uma das melhores interpretações do disco), a dançável “Colar de estrelas”, “O último anjo”, a delicada “Ternura” e uma muito competente leitura de “Viramundo” (Gilberto Gil e Capinam). Um bom disco que merece dar (finalmente) o reconhecimento merecido a Isabella Taviani no nosso país, 8/10.
“Gota d´água” o musical da autoria de Chico Buarque e Paulo Pontes vai percorrer o país em digressão, seguem as datas e o texto de apresentação do espectáculo:
01 de Maio, Guimarães - Centro Cultural Vila Flor
06 a 09 de Maio, Lisboa - Centro Cultural de Belém
15 de Maio, Estarreja - Cine-Teatro
16 de Maio, Figueira da Foz - CAE
20 de Maio, Porto - Coliseu
23 de Maio, Faro - Teatro das Figuras
“Depois do estrondoso sucesso da Ópera do Malandro, a Mandrake apresenta Gota D’Água, outro grande musical de Chico Buarque.
Em 1975, Chico Buarque e Paulo Pontes adaptaram a tragédia «Medeia» de Eurípedes à realidade brasileira, uma realidade dominada pela censura federal e repressão ideológica. A carga poética emocionou crítica e público e o musical tornou-se num sucesso sem precedentes. Passados 30 anos, o espectáculo volta a encher plateias com uma abordagem contemporânea, uma linguagem moderna e com novos arranjos musicais.
Joana é uma mulher corajosa e batalhadora que vive nos subúrbios de uma grande cidade brasileira, mais concretamente na Vila do Meio-Dia. Certo dia é abandonada pelo marido que a troca por uma mulher muito mais jovem e rica.
Joana fica destroçada pela dor da traição, enquanto Jasão, o ex-marido, vive dias de felicidade ao lado da bela Alma, desfrutando do enorme sucesso do samba Gota D’Água, que não pára de passar nas rádios da cidade.
Joana é Izabella Bicalho, uma actriz fenomenal que tem arrecadado prémios atrás de prémios no Brasil pelo seu desempenho neste extraordinário musical, também ele premiado várias vezes. O prémio Shell 2007 na categoria de melhor actriz, o Prémio Contigo para o melhor espectáculo, ou o prémio APTR da crítica carioca, são alguns dos galardões atribuídos a Gota D’Água, um espectáculo imperdível que estreia agora em Portugal.
«Partido Alto», «Gota D´Água», «Comadre Joana», «Vila do Meio Dia», «Paó», «Virgem Matriaracarum», são alguns dos célebres temas que integram este musical magistralmente dirigido por João Fonseca. Um espectáculo emocionante onde mais uma vez o génio de Chico Buarque volta a estar bem evidente.”
João Donato convida Joyce e Emílio Santiago, Casa da Música – Porto, 15 Março 2009
60 anos de carreira foi o mote para a primeira vinda de João Donato a Portugal. Acompanhado pelos inseparáveis Ricardo Silveira (guitarra), Robertinho Silva (bateria) e Luiz Alves (contrabaixo) o palco da Sala Suggia na Casa da Música foi pequeno para tanto talento. A primeira parte do concerto (exclusivamente instrumental) trouxe-nos algumas das mais brilhantes composições de Donato como “Café com pão” ou “Sambolero” e ainda uma muito bonita rendição de “Manhã de carnaval” (Luis Bonfá e Antónia Maria) a piano e guitarra. Joyce (absolutamente genial) e Emílio Santiago (como o crítico Sérgio Cabral uma vez escreveu: “Finalmente um cantor que canta”) entraram de seguida e foi bonito ver os dois cantores (a solo ou em duo) interpretarem temas como “O sapo”, “Bananeira”, “Sambou, sambou”, “Minha saudade” ou a lindíssima “No fundo do mar” de maneira tão emotiva e com uma entrega tão grande que a noite terminou numa grande festa: a plateia em pé e um encore muito aplaudido como João Donato (que impressionou todos com a sua interpretação para "Paz") o merece. Bravo!
Cristina Branco tem tido um percurso ímpar no panorama musical português, começou no fado mas aos poucos a sua música foi seguindo novas direcções: do jazz à MPB, da música popular portuguesa às sentidas homenagens a Amália Rodrigues e a Zeca Afonso.
“Kronos” que chega agora às lojas, é o seu mais recente trabalho e é seguramente um dos melhores discos da cantora. Manuel Alegre, Sérgio Godinho, Janita Salomé, Carlos Bica, Mário Laginha, Amélia Muge, Rui Veloso, Victorino d´Almeida, entre muitos outros, são alguns dos ilustres autores das canções e poemas aqui cantados sobre um único tema – o tempo! E o resultado é um belíssimo disco, com grandes canções, grandes letras e com uma inpirada cantora a mostrar mais uma vez que é uma das nossas melhores intérpretes. Temas a destacar num disco tão bom e coeso não é fácil mas podemos já adiantar que a belíssima “Eléctrico Amarelo”, a vigorosa “Bomba relógio” ou a delicada “O meu calendário” são algumas das mais belas composições que Cristina Branco já gravou. Imperdível, 10/10
Sobre o mote “O S. Luiz noutros palcos” (a sala principal do conhecido teatro continua em obras), Cristina Branco com a apresentação do novíssimo “Kronos” e a brasileira Maryana Aydar - na sua estreia em Portugal - vão actuar no grande auditório do CCB em Lisboa.