Sábado, 27 de Setembro de 2008
“Bossa Nova Stories” é o mais recente trabalho de Eliane Elias e sucede ao aclamado “Something for you” de 2007. Dona de uma voz quente, bem modulada e com uma dicção exemplar, a cantora transporta o seu som jazzístico para o universo bossa-nova e entre alguns temas fundamentais como “Desafinado” e uma mão cheia de surpresas (“Estate/ Summer”, por exemplo) traz-nos um disco elegante, de um bom gosto exemplar e deveras interessante. “The girl from Ipanema” abre o disco numa leitura apaixonante e ao chegar à sublime “Estate (Summer) ” o disco já está ganho! A lindíssima “They can´t take that away from me”, a emotiva “I´m not alone (who loves you?)”, o swing de “Falsa Baiana” e a maravilhosa “Day by day” mostram que a bossa-nova apesar dos seus 50 anos continua a merecer excelentes tributos, “Bossa Nova Stories” de Eliane Elias é seguramente um dos mais memoráveis. 10/10
Quinta-feira, 25 de Setembro de 2008
Vinicius Cantuária o conhecido cantautor brasileiro dará três concertos em Portugal nos meses de Outubro e Novembro. Dia 30 de Outubro o palco será o do Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra e no dia seguinte o do Teatro das Figuras em Faro, dia 1 de Novembro é a vez do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães.
Segue o press-release:
“Vinicius Cantuária é um dos mais importantes nomes da música brasileira contemporânea. Com uma carreira que recua até à década de 70 (quando fazia parte do grupo O Terço), Vinicius começou por realmente se fazer notar quando entrou para A Outra Banda da terra, grupo de suporte de Caetano Veloso durante alguns anos. Depois de músico, veio a exploração da sua veia de compositor e "Lua e Estrela", música de Vinicius gravada por Caetano Veloso, tornou-se um enorme sucesso em todo o Brasil. Não tardou para que escrevesse também para gente como Gilberto Gil, Gal Costa, Simone, Chico Buarque, Fagner, Elba Ramalho e Fabio JR, entre outros. Com a mudança para Nova Iorque, em 1994, outros caminhos foram abertos: colaborou com Arto Lindsay e de repente descobriu-se a trabalhar com músicos como Ryuichi Sakamoto, Bill Frisell, Brad Mehldau, Nana Vasconcelos, Mark Ribot, Jenny Scheinman, Erik Friedlander, Brian Eno, Cesária Evora, John Zorn, Melvin Gibbs, Sean Lennon, Paulo Braga e David Byrne, entre outros. Pelo meio foi construindo uma aplaudida discografia feita de refinamento, bom gosto e uma subtileza desarmante que fazem da sua música uma experiência singular que em todo o mundo tem conquistado adeptos. “
Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008
“Outros sonhos” é o nome do último CD de Miúcha, foi lançado em 2007 no Brasil e chega agora a Portugal. São 13 temas em que a cantora percorre alguma da obra de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e da de seu irmão Chico Buarque, três compositores que Miúcha sempre interpretou ao longo da sua carreira.
Com produção de José Milton, o disco não apresenta nenhuma novidade maior nas versões apresentadas mas apresenta uma obra excelente (evitando o óbvio) com arranjos luxuosos e interpretações no mínimo impecáveis, Miúcha é uma intérprete de eleição e tem pautado a sua carreira com discos de muito bom gosto do qual este “Outros sonhos” sobressai pelo tom jazzístico- bossa nova com que estas 13 pérolas são apresentadas. O disco abre com “Outros Sonhos” (Chico Buarque) em ambiente “swing”, passeia pela melhor bossa-nova em “Você vai ver” (Tom Jobim), apresenta um emocionado dueto com Chico Buarque em “Chansong” (Tom Jobim), visita o samba- canção em “Amei tanto/ Pra que chorar” (Baden Powell) num dos melhores temas do disco, emociona em “Gente humilde” (linda canção de Garoto, Buarque e Vinicius de Moraes), “Anos dourados” (Buarque e Jobim) é revisto em “vestido” jazz e termina com chave de ouro a piano e voz de “Todo o sentimento” (Buarque e Cristóvão Bastos) na melhor interpretação do disco. “Outros sonhos” é o terceiro disco de Miúcha na editora Biscoito Fino e comos os anteriores “Miucha canta Vinicius & Vinicius” e “Compositores” apresenta alguma da melhor Música Popular Brasileira com um inigualável bom gosto, eficácia e charme. 8/10
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008
Começou como um espectáculo (com um memorável concerto na Casa da Música do Porto com a participação de Pedro Jóia e o Quarteto Arabesco) e é agora também um disco, “Flor de fado” é o novo trabalho de Mafalda Arnauth e tem data prevista de lançamento para dia 29 de Setembro. Aqui segue a press-release:
“Flor de Fado é o novo trabalho de Mafalda Arnauth, com edição prevista para o próximo dia 29 de Setembro. Flor de Fado começou por ser um espectáculo que a artista testou e levou a palco tanto em Portugal como no estrangeiro. Em cada espectáculo acabado, o repertório forte por ela escolhido ia amadurecendo em palco. A empatia entre artista e público cada vez era maior e Flor de Fado tornou-se um vício do qual Mafalda já não se queria libertar.
Assim nasceu a vontade de registar estes momentos únicos, não num disco ao vivo, mas sim num disco “vivo” e carregado de sentimento.
No primeiro trimestre de 2008 Mafalda Arnauth reuniu-se em estúdio com os músicos que a acompanharam nos espectáculos: Luís Pontes (Guitarra Clássica), Ramon Maschio (Guitarra Clássica), Ângelo freire (Guitarra Portuguesa), Fernando Júdice (baixo acústico). A eles vieram juntar-se Davide Zaccaria no violoncelo e assim nasceu o disco Flor de Fado. Este disco é composto por dez temas inéditos e três versões “Tinta Verde” de Vitorino, “Flor de Verde Pinho” de Manuel Alegre e José Niza e ainda “Povo Que Lavas No Rio” de Pedro Homem de Mello na música do fado Vitória, e que pela primeira vez Mafalda se aventura a gravar.
“Talvez Ali…”, um tema de Ernesto Leite, com poesia de Tiago Torres da Silva, é talvez uma das pérolas deste registo capaz de criar em todos aqueles que o ouvem uma onda de emoção e arrepio. Uma das grandes surpresas é o tema “Entre a Voz e o Oceano” de Olívia Byington com poesia de Tiago Torres da Silva, interpretado pelas duas artistas num espírito de tertúlia, onde a voz, um grande poema e o violão nos fazem sentir o quanto a camaradagem e boa onda são responsáveis pela vontade de fazer música.
Em Flor de Fado encontramos fados da autoria de Luís Pontes e Ramon Maschio, também ele arranjador de grande parte dos temas do CD, bem como da própria Mafalda Arnauth e de Tiago Torres da Silva poeta e letrista com uma visão cada cada vez mais inspirada e profunda da alma portuguesa e com uma inegável capacidade para criar palavras que pedem para ser cantadas.
Esperamos que gostem tanto de Flor de Fado o novo trabalho de Mafalda Arnauth, como ela gostou de o ter registado em CD. Nele podemos sentir toda a garra, sentimento e carisma que Mafalda põe em tudo aquilo que faz. Flor de Fado continua o seu percurso ao vivo, estando já agendado o regresso a Lisboa, num concerto marcado para dia 11 de Outubro no Centro Cultural de Belém.”
Sábado, 20 de Setembro de 2008
“Telecoteco, um sambinha cheio de bossa…” é o nome do mais recente trabalho de Paula Morelenbaum. Reunindo canções e sambas do universo bossa-nova de autores tão importantes como Dorival Caymmi, Tom Jobim, Johnny Alf ou Dolores Duran e com a participação de nomes como Ryuichi Sakamoto, João Donato, Chico Pinheiro, Jaques Morelenbaum (só para citar alguns), “Telecoteco” surpreende pelos arranjos e pela subtileza electrónica que envolve (sem adulterar a sua essência) os doze temas aqui reunidos. A bonita “Manhã de Carnaval”, o tango modernizado em “O samba e o tango”, a inesperada “Love is here to stay” (de George e Ira Gershwin), a viciante “Teleco-teco” e a emotiva “Ternura antiga” são alguns dos bons momentos dum disco habilmente embalado pela voz delicada e bonita de Paula Morelenbaum. 7/10
Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008
Chega finalmente a confirmação da passagem da digressão “Inclassificáveis” de Ney Matogrosso pelos Coliseus depois da data confirmada no Casino de Espinho. Dia 19 de Outubro o cantor actuará no Coliseu do Porto e dia 21 é a vez do Coliseu dos Recreios em Lisboa, a data no Casino de Espinho é, lembre-se, a 18 de Outubro.
Quarta-feira, 17 de Setembro de 2008
As lojas Fnac apresentam alguns títulos do catálogo da editora Biscoito fino a um preço imbatível (menos de €5!!). Dos discos disponíveis aqui fica uma lista de alguns verdadeiramente imprescindíveis para quem gosta da melhor MPB:
Vários- “A música em Pessoa”
Vários- “Luiz Eça, Reencontro”
Bibi Ferreira- “Canta Piaf”
Francis Hime- “Brasil lua cheia”
Marcos Sacramento- “Memorável samba”
Wagner Tiso & Zé Renato- “Memorial”
Paulinho da Viola- “Meu tempo é hoje”
Mônica Salmaso- “iaiá”
Olivia Hime- “Alta madrugada”
Olivia Hime- “Estrela da vida inteira, Manuel Bandeira”
Eveline Hecker- “Ponte aérea”
Clara Sandroni- “Clara Sandroni”
Simone Guimarães- “Casa de oceano”
Terça-feira, 16 de Setembro de 2008
Depois da digressão que correu o país neste Verão, os Deolinda regressam à capital para um concerto na Aula Magna a 18 de Outubro. A não perder!
“Há uma longa série de clichés associados ao fado.
Por exemplo, o fado tem que ter guitarra portuguesa. Os Deolinda não usam guitarra portuguesa. Ou, o fado tem que ser sisudo, sério, compenetrado, fatalista e triste. Os Deolinda não são nada disso. Ou ainda, o fado não pode ser dançado. E dança-se com os Deolinda. Ou, para terminar, a fadista tem que vestir de preto, como se estivesse no seu próprio funeral. Ana Bacalhau, a voz dos Deolinda (a Deolinda, ela própria?), veste roupas garridas, alegres, coloridas.
Mas os Deolinda são... fado, apesar disso tudo, e são muito mais que fado, por causa disso tudo e de tudo o mais que a sua música contém.
Uma música que vai à música popular portuguesa - um universo que aqui abarca José Afonso e António Variações, Sérgio Godinho, Madredeus e os «muito mais que fadistas» Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro - e vai ainda à rembetika grega, à música ranchera mexicana, ao samba, à música havaiana, ao jazz e à pop, numa confluência original e rara de músicas-irmãs ou primas umas das outras e que, nos Deolinda, fazem todo o sentido.”