...para FÉRIAS!! Até ao nosso regresso sejam FELIZES!!
Lançado no Brasil em finais de 2007, “Onde brilhem os olhos seus” de Fernanda Takai (vocalista dos Patu Fu) é um dos mais elogiados discos de MPB surgidos nos últimos anos. Com um reportório e toda uma estética que reportam à obra e talento de Nara Leão, este cd que conhece finalmente edição portuguesa, é acima de tudo um brilhante e inventivo disco pop e que mais que uma merecida homenagem a um dos nomes fundamentais da música brasileira, tem o condão de pegar no óbvio e esperado e dar-nos algo completamente novo e inédito. Com produção de John Ulhoa e direcção artística de Nelson Motta, “Onde brilhem os olhos seus” nunca soa desajustado ou fora do universo cool de Nara Leão e pérolas como “Com açúcar, com afeto”, “Luz negra”, a bonita “Insensatez” (com a participação de Roberto Menescal), “Canta Maria” ou uma inesperada e minimalista “Ta-hi” têm aqui leituras no mínimo surpreendentes. Mas é na pop açucarada de “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos” e “Seja o meu céu” que encontramos as maiores surpresas deste grande, grande trabalho. 9/10
Depois do memorável concerto em Julho no Cine-Teatro Batalha, Aldina Duarte regressa ao Porto em Outubro. O concerto será no Teatro do Campo Alegre, dia 23!
Já está no mercado a reedição do histórico “Canção do amor demais”, o disco que em 1958 reuniu os talentos de alguns dos nomes mais sonantes de toda a história da MPB. Composto por 14 clássicos da dupla Tom e Vinicius, o canto iluminado da Divina Elizete e revelando ao mundo pela primeira vez o génio do violão de João Gilberto, este é um daqueles trabalhos em que a mestria das canções, a elegância dos arranjos e a excelente interpretação vocal fazem deste disco um caso intemporal de qualidade e elegância. “Modinha”, “Chega de saudade”, “Janelas abertas”, “Medo de amar” e ”Praias desertas” são algumas das pérolas aqui apresentadas a piano e voz (“Estrada branca”) ou com o requinte do acompanhamento de uma verdadeira orquestra. Um marco na história da Música Popular Brasileira, 10/10
Dona de uma das vozes mais marcantes da actualidade, Tetê Espíndola vê o seu mais recente trabalho “e va por AR” chegar a Portugal (mesmo que por importação). Gravado ao vivo em 2004, o disco apresenta um reportório autoral baseado em composições de Tetê com parceiros como Chico César na inspirada “Semente de som”, Arnaldo Black na delicada “Ópera da Natureza”, Jerry Espíndola na sertaneja “Toada da saudade” ou a densa “Ôm pela paz” escrita em parceria com Humberto Espíndola. Pelo meio temos ainda “Centro vazio” (uma bonita composição com letra e música da autoria da cantora) e um curioso improviso com a plateia de nome “Pássaros”. Tetê Espíndola mantém a excelente forma vocal que a caracteriza desde o início de carreira, as suas canções raras e com uma ligação muito forte à natureza são uma pérola no actual panorama musical. 9/10
Faleceu na manhã de ontem Dorival Caymmi, um dos mais importantes nomes da Música Popular Brasileira. Com um legado artístico que nos trouxe canções como “Só louco”, “Sábado em Copacabana”, “João valentão”, “Saudades da Bahia”, “Oração pra Mãe Menininha”, “O vento” (só para citar algumas), Dorival Caymmi foi e é, um dos mais iluminados compositores que a música brasileira conheceu. A sua partida deixa-nos mais pobres mas a riqueza da sua obra perdurará por toda a eternidade. Que descanse em paz!
Mafalda Arnauth regressa ao Grande Auditório do Centro Cultural de Belém no dia 11 de Outubro. Um concerto a não perder!
Gravado ao vivo em Abril de 2007, “Orik” é o novo trabalho de Sofia Ribeiro e Marc Demuth. Depois do excelente “Dança da solidão” (cuja reedição chega também às lojas), o duo apresenta-se agora com um excelente trio de músicos que formam o Marc Demuth Quartet. Com uma estética jazzística muito própria que também passa pela pop e pela bossa-nova, “Orik” é uma aposta ganha e um disco recheado de surpresas como “No ar” tema escrito por Sofia Ribeiro, a vibrante versão de “Felicidade” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), as lindíssimas “Paredes” (Marc Demuth e Ricardo Baptista) e “Samba em prelúdio” (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e a terminar o disco uma luminosa “Carinhoso” de Pixinguinha. Um belíssimo trabalho que mostra que o jazz pode ser acessível sem perder qualidade, 8/10.