Chama-se Susana Travassos, é portuguesa e está prestes a editar o seu primeiro cd “Oi Elis” dedicado à obra de Elis Regina. Segue o texto de apresentação deste trabalho (escrito por Albérico Fernandes) e a agenda da cantora para os próximos meses:
“Este CD de Susana Travassos concretiza uma homenagem que ambicionava prestar a Elis Regina. Dito desta maneira, sem explicação nem contexto, pode parecer ousadia e petulância demasiadas, mas não é. Trata-se do cruzamento de duas almas de artista, por desígnios desconhecidos, que a Susana esclarece: "foi a ouvir Elis Regina e a trautear as suas músicas que acreditei na força da minha voz e concebi cantar para as pessoas, dando tudo, rasgando a alma como Elis fazia". Ao fundo da alma foi agora Susana buscar raízes, memórias, vivências e sentimentos: o peixe, o sal, a terra, o avô Artur...e juntou-lhes as músicas que se misturaram com os seus distintos estados de alma, do que resultou esta colectânea de pedaços da sua vida e do seu mundo interior entrelaçados por uma elevada sensibilidade e apurado sentido artístico. Nota relevante para entender as interpretações da Susana é que ela não pretendeu aproximar-se do mundo sonoro de Elis Regina; quis, antes, "recriar as suas músicas, trazê-las para o seu mundo, para depois as devolver com um pouco de si e da sua cultura". Para isso rodeou-se de dois músicos experimentados, Rob Curto e Ricardo Gouveia, que a acompanharam e emprestaram o seu talento aos arranjos, execução e produção artística. Este CD marca, segundo a autora, o fim de um ciclo. Auguramos para o próximo os maiores êxitos, prémio justo para quem ainda pratica, com tamanha sensibilidade e entrega, as virtudes da homenagem e gratidão.”
Brilhante, emocionante, emotiva e energética! Foi assim a passagem de Maria Rita pelo Porto para apresentar o último e excelente trabalho “Samba meu”. Depois do registo cool-jazz/bossa-nova dos dois primeiros discos, a cantora surpreendeu tudo e todos ao apresentar um reportório de samba ao terceiro trabalho, e o concerto foi tão luminoso como o CD. A cantora esbanjou simpatia e com uma energia inesgotável levantou literalmente uma plateia atenta e rendida desde a primeira nota. O reportório que incidiu sobretudo em “Samba meu” trouxe-nos grandes momentos musicais como “O homem falou”, “Maria do Socorro”, “Caminho das águas”, “A festa”, “Trajetória”, “Cria”, “Pagu”, “Novo amor” e ainda uma inesperada e surpreendente rendição de “Não deixa o samba morrer” já no encore, mas foi uma Maria Rita sensualíssima e com uma segurança imbatível a grande estrela de um grande espectáculo. Bravo!!
Chegou finalmente a Portugal o último trabalho de Elba Ramalho (e um dos mais surpreendentes discos de MPB dos últimos anos...), aqui fica a crítica publicada no blog em Novembro de 2007...quando o disco ainda nem tinha data prevista de lançamento por cá:
Num ano recheado de muita e boa música chega agora do Brasil uma grande surpresa, uma grande surpresa e um dos melhores discos dos últimos anos, sim, dos últimos anos!”Qual o assunto que mais lhe interessa” é o mais recente trabalho de Elba Ramalho e é moderno, coeso, surpreendente, muito bem produzido, muito bem interpretado e recheado de excelentes músicas. Não é todos os dias que ouvimos discos assim e Elba Ramalho apresenta-nos (e ao fim de tantos anos de carreira) o melhor trabalho da sua extensa discografia. Destacar alguns temas não é tarefa fácil, não há aqui um só tema abaixo da fasquia de bom, mas alguns pontos altos são a vibrante “Gaiola da saudade”, a lindíssima “Noite severina”, a excelente “Tempos quase modernos” com a participação de Gabriel o Pensador (séria candidata a melhor canção de 2007), a delicada e etérea “Argila”, o samba-canção de “As forças da Natureza”, a bonita “Conceição dos coqueiros” e a romântica “Amplidão”. “Qual o assunto que mais lhe interessa” apenas está disponível em Portugal por importação mas deixá-lo passar ao lado é perder uma autêntica obra-prima. Seja muito bem-vinda Sra. Elba Ramalho. 10/10
Depois da data em Lisboa, Milton Nascimento e os Jobim Trio vêm também ao Porto apresentar o excelente novo trabalho “Novas Bossas”, na primeira parte Rodrigo Maranhão e o seu recomendado primeiro disco “Bordado”. O concerto será na Casa da Música a 15 de Julho.
A história da Música Popular Brasileira passa indiscutivelmente pela história e obra de Vinicius de Moraes. Poeta, compositor, cantor, são suas muitas das canções que ajudaram a definir todo um movimento musical, como mesmo a história cultural de um país. Acabada de ser lançada em Portugal, a luxuosa caixa “Vinicius canta Vinicius – Vinicius de Moraes e convidados” é um documento importante e muito bem feito sobre a obra deste senhor. Discos imprescindíveis como “Vinicius & Odette Lara” (1963), “Os Afro-sambas” (1967), “Como dizia o poeta” (1971), “Toquinho e Vinicius” (1971), “Vinicius em Portugal” (1969) ou “Um pouco de ilusão” (1980) estão aqui representados (tudo acompanhado por belíssimas fotografias e excelentes textos da autoria de Nuno Pacheco) numa edição muito cuidada dividida em quatro discos que nos trazem obras-primas como “Berimbau”, “Samba em prelúdio”, “Formosa”, “Tarde em Itapuã”, “Testamento”, “Carta ao Tom 74”, “Apelo” entre muitas outras. São ao todo 56 canções com uma herança cultural que o tempo não esqueceu e também não envelheceu. Vinicius de Moraes foi responsável por algumas das mais belas canções que há memória, todas as homenagens feitas à sua obra são obrigatórias, “Vinicius canta Vinicius – Vinicius de Moraes e convidados” é seguramente umas das mais bem conseguidas. Obrigatório! 10/10
Um dos mais interessantes cantautores da actualidade – Arnaldo Antunes – regressa a Portugal, mais propriamente ao Porto, para apresentar o último trabalho “Ao vivo - em Estúdio”. O concerto será dia 23 de Julho na Casa da Música.
Segue o press-release do mesmo:
“É um dos mais inventivos compositores, poetas, cantores, performers e videoartists brasileiros e tem já mais de 20 anos de carreira como prova do seu talento. Durante os anos 80, foi a face mais visível de uma das mais originais bandas de rock brasileiras, os Titãs. Como frontman e compositor deste mítico colectivo, participou em sete álbuns e 10 anos de estrada. Em 93, aventura-se na sua carreira a solo com um trabalho multidisciplinar chamada Nome, um misto de cd, livro e filme.
Os anos noventa continuaram a ser o palco para o desenvolver dos seus dotes artísticos: compôs e escreveu temas para si, para alguns dos mais importantes músicos brasileiros – como Gilberto Gil, Marisa Monte, Rita Lee e Ney Matogrosso – lançou livros de poesia e compôs bandas sonoras de espectáculos. Tudo globalmente aclamado pela crítica e pelo público.
Em 2002, integra um fenómeno musical que chega a Portugal de seu nome . Na companhia de Marisa e Carlinhos Brown, velhos companheiros de cantigas, realizam o sonho de fazer um trabalho conjunto que, avaliando pelo talento individual de cada um, só poderia ser um sucesso facto que se confirmou. Quem não se emocionou com temas como Já sei namorar e Velha Infância? Depois da aventura a três, regressou ao trabalho a solo. Em 2004, lança Saiba e em 2006 Qualquer.
Este ano, regressa a Portugal com a última edição Ao Vivo, que como o nome indica, é um registo live do seu último espectáculo. Mas, como é habitual, Arnaldo Antunes não vem sozinho, ou melhor, não estará sozinho.
Na sua apresentação na Casa da Música terá a companhia de Manuela Azevedo, a carismática vocalista dos Clã. A não perder, as diferentes texturas musicais num artista sem fronteiras, de múltiplos talentos que mistura na perfeição a harmonia pop com a liberdade de vanguarda.”
Lançado de forma independente no Brasil em 2002, “Tania Christal” é o nome do primeiro disco homónimo de uma cantora/ compositora que ainda vai dar muito que falar. Actualmente a apostar numa carreira musical também em Portugal, Tania Christal traz-nos um disco onde a pop, a MPB, a electrónica e até o tango nos trazem um trabalho interessante e (ainda) muito actual. “Na vida sorrir” é a viciante primeira canção e logo aqui é notória a certeza que este é um disco que foge a qualquer estereótipo que se possa ter sobre música brasileira, facto que se comprova também na poderosa “La femme de L´autobus” (letra e música de Tania Christal) cantada num francês impecável, o tema conta ainda com um sample da voz de Sónia Braga extraída do filme “A dama do lotação”- surpreendente! “O homem lobisomem” é um (quase) rap com uma malha sonora muito drum's bass e é sem dúvida um dos temas mais fortes deste trabalho que nos traz ainda os ritmos latinos na bonita “A cigana”, a canção francesa na inesperada “Valsa da metrópole”, o samba na genial “Samba do bombeiro”, o reggae sensual de “Suspeita” e um tango de nome “Esquisito”. Enquanto o disco não é lançado em Portugal visite a página do MySpace da cantora AQUIe prepare-se para ficar surpreendido. 8/10
Esta é a capa do novo DVD de Ney Matogrosso, chama-se “Inclassificáveis” e regista um dos espectáculos da recente digressão do cantor. Gravado no Canecão (Rio de Janeiro) a 08 de Janeiro deste ano o DVD tem como extras o making of da gravação do concerto, entrevista com Ney Matogrosso e depoimentos com alguns dos compositores das canções interpretadas no espectáculo como Pedro Luís e Arnaldo Antunes. Segue o alinhamento:
Duas das nossas melhores fadistas - Mafalda Arnauth e Aldina Duarte - dão dois concertos muito especiais nos próximos tempos:
Mafalda Arnauth cantará clássicos, standards e raridades (com a participação especial do Ensamble Costa do Castelo) no dia 20 de Junho na Praça de Armas do Castelo de S. Jorge em Lisboa. Já Aldina Duarte estará dia 4 de Julho no Porto para apresentar em primeira mão o novo disco “Mulheres ao Espelho”, o concerto será na sala do Teatro Batalha.