Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007
Esta é a capa do novo disco de Maria Creuza “É melhor ser alegre que ser triste”. Acompanhada por Roberto Menescal, Fernando Merlindo e João Cortez a cantora apresenta assim a sua homenagem à obra de Baden Powell. "Berimbau", "Tem dó", "Samba Triste", "Deixa", "Feitinho Pro Poeta", “Canto de ossanha”, “Samba da benção”, “Lapinha”e “Consolação” são alguns dos 11 temas presentes neste trabalho agora editado no Brasil. Ainda não há data prevista para o lançamento em Portugal.
Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2007
Anabela Duarte foi durante muito tempo a voz dos saudosos Mler Ife Dada, desde então enveredou por uma “mui” curiosa carreira a solo que desde a Pop ao Fado, do Jazz à Electrónica sempre conheceu bons resultados. “Machine Lyrique” é o mais recente e é uma surpreendente viagem pelas obras de Kurt Weill e de Boris Vian. Com uma sonoridade pop/ jazz (a roçar por vezes um ambiente de cabaré) e interpretações notáveis de canto lírico, “Machine Lyrique” é seguramente um dos discos mais originais de 2007. “Faits-moi mal, Johnny”, “Youkalli”, “Rock and roll-Mops”, “Surabaya Johnny” ou “Complainte de la seine” são alguns dos destaques deste disco dramático, belo, sensual, lírico e poético que nos lembra assim de mansinho que Anabela Duarte pode não fazer música para uma vasta audiência mas que a faz bem e com um bom gosto inquestionável. A ouvir com muita atenção, 8/10.
Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2007
Com o ano a chegar ao fim muitas são as listas que pretendem trazer-nos aqueles que foram os melhores discos de 2007. Aqui no blog só escrevemos sobre boa música, portanto, (quase) todos os discos de que falamos este ano são dignos de figurar em qualquer lista que se preze! Fica aqui a nossa escolha que incidiu principalmente naqueles que teimaram em largar o nosso leitor de cd´s nestes últimos 12 meses …se por acaso ainda estiver indeciso em alguma prenda Natalícia vá por nós e ofereça um destes trabalhos, a boa música agradece!
Amélia Muge “Não sou daqui” – “…e chegar à conclusão que o futuro da música nacional passa por aqui e principalmente por Amélia Muge, a trovadora”
Cristina Branco “Perfil” – “…É claro que muito fica ainda por contar (e ouvir…) mas para quem começar agora a interessar-se pela obra de Cristina Branco esta colectânea é um excelente ponto de partida”
Chico César “De uns tempos pra cá” – “…Chico César continua certeiro na composição de algumas das maiores pérolas da nova Música Popular Brasileira e é um dos seus mais estimulantes autores…”
Maria João “João” - “…e quando surge um disco como este “João” em que do já fundamental surge uma nova e excitante surpresa é como se este universo musical renascesse com outra magia…”
Eugénia Melo e Castro “PoPortugal” - “…E um disco POP é exactamente isto que ouvimos aqui: grandes canções, arranjos eficazes, uma voz que está sempre na medida certa mas, e sobretudo… um disco que se ouve bem e que vai crescendo a cada audição…”
Chavela Vargas “Cupaima” – “…é muito pouco provável que este ano oiçamos algum outro trabalho como este: mágico, poético, sofrido, quase como se estas canções conseguissem arrastar o universo com elas…”
Vários “Esta chama que não vai passar” (tributo a Maysa) – “…Esta chama que não vai passar” é um tributo a uma obra indispensável, mas e sobretudo, um tributo emocionante pela voz e alma de alguns dos maiores nomes da música actual…”
Elba Ramalho “Qual o assunto que mais lhe interessa” - “…Qual o assunto que mais lhe interessa” apenas está disponível em Portugal por importação mas deixá-lo passar ao lado é perder uma autêntica obra-prima…”
Nana Caymmi “Quem inventou o amor” – “…temos aqui uma das mais celebradas obras de toda a MPB e uma das melhores cantoras do mundo, o resultado só podia ser um disco de beleza ímpar…”
Joana Rios “Universos paralelos” – “…Num dos posts abaixo pode ler-se que a MPB está viva e é recomendável, este “Universo paralelos” faz o mesmo pela música nacional. Imprescindível”
Sábado, 8 de Dezembro de 2007
Existem discos que mesmo não trazendo nada de novo ao panorama musical são de uma beleza ímpar, "Quem inventou o amor" de Nana Caymmi é um exemplo perfeito dessa definição! Não é a primeira vez que Nana grava a obra de seu pai, o saudoso Dorival Caymmi, mas continua a faze-lo com requinte, com muito bom gosto e o resultado é um dos discos mais bonitos de 2007. Os arranjos suaves, requintados e sempre no "tom" ideal valorizam ainda mais a voz da cantora, uma voz forte, bem demarcada que neste trabalho apresenta uma contenção exemplar de acordo com a atmosfera que embala todas as canções aqui presentes. As lindíssimas “Nem eu”, "Só louco", “Você não sabe amar”, "Copacabana”, “Desde ontem” ou “Saudade” são algumas das pérolas deste trabalho. Um disco raro nos dias de hoje em que o sentimento é muitas vezes ocultado pela produção em estúdio ou pela busca do sucesso fácil... mas também a surpresa não é assim tanta, temos aqui uma das mais celebradas obras de toda a MPB e uma das melhores cantoras do mundo, o resultado só podia ser um disco de "beleza ímpar". 9/10
Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007
Mayra Andrade regressa a Portugal em 2008 com uma mini-digressão que percorrerá quatro palcos:
21 de Janeiro no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria
22 de Fevereiro no Teatro Virgínia em Torres Novas
24 de Fevereiro no Teatro São Luiz em Lisboa
02 de Março na Casa da Musica no Porto
Os bilhetes para os espectáculos em Lisboa e no Porto já se encontram à venda!
Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007
Depois do primeiro disco “Sings Ella Fitzgerald: Live at the Hot club”, Joana Rios edita agora “
Universos paralelos”. Estreando-se na composição (assina oito dos dez temas aqui presentes) Joana Rios traz-nos um disco que é uma agradável surpresa em todos os aspectos, seja pela sua voz quente e bem modulada, pelos arranjos certeiros , pela concepção gráfica do CD ou pelo reportório escolhido. E a qualidades das canções aqui presentes é mesmo o grande trunfo deste disco, temos duas excelentes releituras para “Cais” (Milton Nascimento/ Ronaldo Bastos) e “4 elementos” (Joyce/ Paulo César Pinheiro) e oito inéditos que nada ficam a dever a estas conhecidas composições. “Revelação” é uma grande, grande canção, com um refrão do melhor que já se ouviu no panorama musical português, “Estelar” é surpreendente a todos os níveis, “O tempo que te expões” e “Sempre a pergunta” são de uma beleza poética e vocal memoráveis, “Aurora Luz” é genial e “Desde el principio” respira sensualidade por todos os lados! Num dos posts abaixo pode ler-se que a MPB está viva e é recomendável, este “Universo paralelos” faz o mesmo pela música nacional. Imprescindível, 10/10.
Domingo, 2 de Dezembro de 2007
Jacinta apresenta o seu último trabalho “Convexo” (sobre a obra de Zeca Afonso) na Fnac do NorteShopping dia 06 de Dezembro às 19:00h.
Joana Rios cujo novo (e excelente) “Universos paralelos” chegou esta semana ao mercado nacional estará também nas Fnac´s em Dezembro: dia 08 em Coimbra às 17h, dia 09 em Gaia às 16h e no NorteShopping às 22 e dia 10 na Fnac de Santa Catarina às 17h e às 22h em Braga.
Rita Guerra comemora 25 anos de carreira com um concerto ao vivo transmitido on-line! O evento será no dia 04 de Dezembro (próxima terça-feira) às 22:30 e poderá ser visto
AQUI
Sábado, 1 de Dezembro de 2007
A MPB continua viva e muito recomendável! Prova disso são os (excelentes) novos discos de Roberta Sá “Que belo estranho dia pra se ter alegria” e o de Teresa Cristina “Delicada”. Com o samba como fio condutor mas com sonoridades distintas (Roberta Sá envereda por um som mais jovem enquanto o reportório de Teresa Cristina é mais clássico) ambos os cds apresentam duas jovens cantoras com uma maturidade e sensibilidade artística capaz de ombrear algumas veteranas, e dois trabalhos que são uma boa surpresa nesta recta final de 2007. “Que belo estranho dia pra se ter alegria” é jovem, é vibrante e está recheado de excelentes canções como a genial e electrónica “Mais alguém”, a delicada “Janeiros”, o pujante dueto com Lenine em “Fogo e gasolina”, o samba clássico de “Laranjeira”, a lindíssima “Novo amor” e a poderosa “Girando na renda” com a participação de Pedro Luís. “Delicada” de Teresa Cristina é um disco mais clássico na sonoridade mas também uma surpresa, seja pela qualidade das composições como pela voz e segurança da cantautora que nos traz excelentes inéditos (5 de sua própria autoria) e belas regravações como “Gema” de Caetano Veloso ou “Carrinho de lima” (sucesso na voz de Fafá de Belém). A bonita “Cantar”, “Nem ouro, nem prata” (o melhor tema do disco), a emotiva “Delicada” ou a surpreendente “Senhora das águas” dão o mote a um disco seguro e que confirma o talento nato na composição (e interpretação...) de um nome a reter na nova Música Popular Brasileira. Se a MPB é muitas vezes vista pela arte e saber de nomes (sempre) imprescindíveis como Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia, Tom Jobim ou Gal Costa é bom ver novos valores a apresentar trabalhos de tão grande qualidade como estes “Que belo estranho dia para se ter alegria” e “Delicada”. A ouvir com muita (e redobrada) atenção!