Mais uma vez regressado de um concerto, e mais uma vez um concerto maravilhoso!
Dulce Pontes provou (como se ainda fosse preciso) que é umas das maiores, sim maiores artistas da actualidade, aqui em Portugal e em qualquer parte do mundo! E digo artista e não cantora, pois Dulce neste sábado em Espinho, cantou, dançou, representou, tocou piano maravilhosamente, enfim, apresentou um espectáculo único. Viveu-se Portugal, viveu-se o fado, o folclore, a música popular de uma maneira brilhante, com uma entrega e sinceridade que foi o bastante para que no meio do concerto houvesse uma ovação em pé de todos os presentes. Ovação que se repetiria no encore, com todos a dançar o popular “Laurindinha” e na última canção da noite onde uma cantora emocionada arrancou os maiores e sinceros aplausos depois de cantar acapella, sem qualquer tipo de suporte instrumental. Foi mágico, como mágicas foram as interpretações de “José embala o menino” uma bonita canção de embalar, “Os índios da meia praia” cantada por todos a alta voz, uma arrepiante “Senhora”, “O meu menino é d´oiro” com um início surpreendente, a inevitável e arrebatadora “Canção do mar” e a sentida homenagem a Hermínia Silva em “Velha tendinha”. Mas o momento chave de todo o espectáculo foi a interpretação de “Folclore”, 3 temas de cariz popular (Cantiga da Azeitona/ S. João/ Aboio) em que Dulce com uma força e garra, mas também contida e emotiva deixou literalmente toda a plateia de boca aberta com uma performance arrasadora.
Que o disco “O coração tem três portas” (critica no histórico de dia 2 de Dezembro de 2006 aqui no blog) é um excelente registo não há dúvidas, que Dulce é imbatível ao vivo também não, portanto, junte-se os dois e o resultado é um dos melhores espectáculos ao vivo já apresentados por um artista nacional. Obrigado sra. Dulce Pontes, obrigado!